Primeiro-ministro de Assad concorda em entregar poder às forças rebeldes da Síria
Postado em: Por: Raimundo Carvalho
Insurgentes tomaram a capital Damasco; Bashar al-Assad está asilado na Rússia.
O primeiro-ministro do regime de Bashar al-Assad concordou em entregar o poder às forças rebeldes na Síria, declarou Mohammad Ghazi al-Jalali para a Al Arabiya TV, segundo informações da Reuters.
O líder do grupo rebelde sírio Hayat Tahrir al-Sham (HTS) se reuniu com Mohammad Ghazi al-Jalali para discutir a transição de poder.
Um vídeo compartilhado por rebeldes mostra o líder do HTS, Abu Mohammad al-Jolani, e o primeiro-ministro do HTS, Mohammed al-Bashir, reunidos com Ghazi al-Jalali.
Os insurgentes disseram que oencotnro tinha como objetivo “coordenar a transição de poder de uma forma que garanta a prestação de serviços ao povo da Síria”.
A reunião em Damasco ocorreu depois de o premiê Mohammad Ghazi al-Jalali ter se comprometido a cooperar com os rebeldes e a apoiar “uma transição suave das funções governamentais” e a preservar “instalações estatais”, em uma mensagem gravada depois dos rebeldes terem tomado Damasco.
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O novo primeiro-ministro, al-Bashir, foi premiê da área de Idlib, no norte da Síria.
No último final de semana, um vídeo de rebeldes escoltando o primeiro-ministro de Assad até um hotel em Damasco foi divulgado. Ghazi al-Jalali estava cercado por homens armados e entrando em uma SUV preta com outro homem.
Rebeldes sírios tomaram a capital Damasco e o presidente que foi deposto, Bashar al-Assad, fugiu para a Rússia, após 13 anos de guerra civil e mais de 50 anos de governo da família Assad.
Entenda o conflito na Síria
O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco. O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio. Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.
Fonte: CNN Brasil.
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