Cresce preocupação sobre armas químicas usadas na Síria após deposição de Assad
Postado em: Por: Raimundo Carvalho
Países como Israel e Estados Unidos temem que rebeldes façam uso de arsenal deixado pelo antigo governo. O presidente sírio deposto, Bashar al-Assad, usou armas químicas contra seu próprio povo durante a guerra civil do país, para a indignação e horror da comunidade internacional.
Em 2013, o regime lançou foguetes carregando sarin — um agente nervoso tóxico e de ação rápida — no distrito de Ghouta, em Damasco, matando mais de 1.400 pessoas, incluindo centenas de crianças.
Imagens dos jovens sufocando e espumando pela boca chocaram o mundo. Sob a ameaça de intervenção militar dos EUA, Assad concordou com um acordo russo-americano para abdicar das armas químicas da Síria, sob a supervisão da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW).
Mas, mesmo depois que a OPCW afirmou que havia destruído as últimas armas químicas declaradas da Síria, os Estados Unidos e outros acreditavam que o presidente havia mantido um estoque secreto.
O regime sírio foi acusado de dezenas de outros ataques químicos nos anos que se seguiram. O que acontece com as armas
Agora, a derrubada de Assad e a tomada de Damasco por uma organização designada como terrorista pelos EUA, levantaram preocupações sobre a segurança das armas químicas da Síria.
O chefe de desarmamento das Nações Unidas disse ao Conselho de Segurança da ONU na semana passada que a suposta destruição de agentes de guerra química pela Síria não pode ser totalmente verificada.
Na segunda-feira (9), o exército de Israel informou que atacou os locais de produção de armas químicas da Síria para evitar que caíssem nas mãos de grupos extremistas.
Em entrevista coletiva aos repórteres na segunda-feira, um funcionário da Casa Branca declarou que os Estados Unidos têm “boa fidelidade” sobre onde as armas químicas podem estar localizadas na Síria e estão trabalhando com seus parceiros para destruí-las.
Entenda o conflito na Síria
O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco.
O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia. A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, segundo a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.
Fonte: CNN Brasil.
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