Primeiro-ministro israelense encontra Biden e Harris enquanto negociações de cessar-fogo e resgate de reféns em Gaza avançam, com esperança de um acordo iminente após meses de esforços diplomáticos.

Funcionários dos EUA e de Israel estão expressando otimismo crescente sobre as perspectivas de um acordo de cessar-fogo e resgate de reféns para acabar com a guerra em Gaza, enquanto os entes queridos dos reféns mantidos pelo Hamas dizem que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tem que aceitar o acordo oferecido.

Os esforços para garantir um acordo estão em andamento há meses e ganharam novo impulso no final de maio, após o presidente dos EUA, Joe Biden, detalhar um plano para trazer os reféns para casa e, eventualmente, pôr fim à guerra.

Agora, enquanto o primeiro-ministro israelense se prepara para fazer um discurso de alta importância ao Congresso americano nesta quarta-feira (24) e se encontrar com Biden e a vice-presidente Kamala Harris na quinta-feira (25), autoridades americanas afirmam que um acordo final está ao alcance. Para as famílias dos reféns mantidos há mais de nove meses em Gaza, não há tempo a perder.

Na segunda-feira (22), Biden disse acreditar que as diferentes partes estavam “à beira de conseguir” um acordo para trazer os reféns para casa e acabar com a guerra.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse na sexta-feira (19) que eles estão “dentro da linha da grande área e avançando em direção ao gol para conseguir um acordo que produza um cessar-fogo, traga os reféns para casa e nos coloque em um caminho melhor para tentar construir uma paz e estabilidade duradouras”.
Funcionários americanos insistem que Israel e Hamas concordaram com o quadro geral de um acordo, mas detalhes específicos e tecnicalidades cruciais ainda precisam ser resolvidos. Mediadores dos EUA, Egito e Catar têm liderado os esforços para finalizar esses detalhes.

Uma fonte familiarizada com as negociações disse à CNN na terça-feira (23) que uma delegação israelense que deveria partir na quinta-feira para transmitir a última resposta israelense aos mediadores provavelmente adiará sua viagem até pelo menos sexta-feira (26), devido ao adiamento da reunião de Netanyahu com Biden para a tarde de quinta-feira.

O primeiro-ministro israelense quer se encontrar com Biden antes que a delegação israelense transmita formalmente sua resposta aos mediadores, disse a fonte.

A resposta israelense deve incluir as demandas de última hora de Netanyahu em relação à proibição de homens armados no norte de Gaza e ao controle israelense do corredor Filadélfia – pontos-chave nas negociações. Se o Hamas concordar com essas demandas, um acordo provavelmente seguirá.

“Se o Hamas disser sim, haverá um acordo”, disse a fonte.

A última resposta israelense também coincidirá com o recesso do Knesset, o parlamento de Israel, na próxima semana. Isso dificultará qualquer tentativa da direita, oponentes ao acordo, de derrubar o governo. Funcionários dos EUA têm sido sensíveis ao recesso do Knesset, pois estão convencidos de que a política está em jogo para Netanyahu em Israel.

Ainda assim, enquanto Israel se prepara para transmitir sua resposta, ficou cada vez mais claro para várias partes envolvidas que a obtenção de um cessar-fogo agora depende do primeiro-ministro israelense e seu governo.

“É realmente uma decisão de Israel”, disse um funcionário familiarizado com as negociações à CNN.

Há uma preocupação real entre as famílias dos reféns israelenses sobre se Netanyahu está disposto a fazer um acordo para acabar com a guerra brutal, após inúmeras falsas expectativas de que um cessar-fogo estava próximo.

Netanyahu “tem que aceitar”
Aviva Siegel, uma ex-refém cujo marido, Keith, ainda é refém, disse à CNN na terça-feira que Netanyahu “tem que aceitar e não continuar a guerra”.

“Ele precisa parar a guerra para que as crianças voltem para casa e os reféns voltem para casa. Eles são muito mais importantes do que continuar a guerra. Eles sofreram. Eu estive lá. Eu sei qual é a situação. Eu sei pelo que eles estão passando”, disse Siegel, que foi libertada após 51 dias em cativeiro do Hamas.

Acredita-se que 116 pessoas que foram sequestradas durante o ataque do Hamas em 7 de outubro ainda estejam em Gaza – 44 delas são consideradas mortas. As famílias disseram antes do discurso de Netanyahu que esperam ouvir o primeiro-ministro israelense dizer ao Congresso que ele aceitou um acordo – qualquer coisa menos do que isso, disseram, é um fracasso.

Fonte: CNN Brasil.

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