Governo Maduro acusa ex-presidente argentino de partidarismo após anúncio de reunião com opositores.

O ex-presidente da Argentina, Alberto Fernández, confirmou o cancelamento de sua viagem à Venezuela para servir como observador na eleição presidencial do país. A mudança nos planos do político peronista partiu de um pedido do governo de Maduro após Fernández afirmar que Maduro deveria deixar o poder caso perdesse o pleito.

“A razão que me foi apresentada é que, na opinião daquele governo, as declarações públicas feitas por mim perante uma mídia nacional causaram desconforto e levantaram dúvidas sobre minha imparcialidade. Eles entenderam que a coincidência com o que o presidente do Brasil havia expressado um dia antes, Luiz Inácio Lula da Silva, gerou uma espécie de desestabilização do processo eleitoral”, disse Fernández em publicação no X.

O ex-presidente, que esclareceu que o convite inicial foi do próprio Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, disse não compreender o desconforto do governo e descreveu o pedido como “inusitado”, mas acrescentou: “Achei apropriado não viajar e não dar origem à uma acusação de obscurecer um importante dia eleitoral, quando procurava apenas cumprir a tarefa de observador eleitoral”.

Na terça-feira, durante uma entrevista à Rádio Con Vos, Fernández referiu-se às eleições de domingo, dizendo: “Se ele for derrotado, o que ele tem que fazer é aceitar, como disse Lula: ‘Quem ganha, ganha e quem perde, perde’, ponto final, acabou. “Isto é democracia”.

Fernández também disse que viajaria antes do dia das eleições para se reunir com a oposição, ouvir as suas preocupações e ver se essas preocupações podem ser corrigidas.

“O que eu quero é que haja eleições transparentes porque o que a Venezuela precisa é recuperar a sua coexistência democrática”, acrescentou Fernández.

Milei x Maduro
Num comício na quarta-feira (24), Nicolás Maduro afirmou que os seguidores da extrema direita são um risco à Venezuela. E classificou apoiadores do presidente argentino, Javier Milei, e do ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, de “seguidores de Hitler” que seriam responsáveis por causar um “banho de sangue” na Venezuela.

A fala ecoa uma declaração dada por Maduro na semana passada quando, num comício, o presidente venezuelano afirmou que caso perdesse a disputa haveria um “banho de sangue fraticida”.

Oficialmente, o governo argentino não vai mandar nenhum observador eleitoral para a disputa e, segundo comunicado divulgado pela Casa Rosada, apenas acompanhará o desenvolvimento dos fatos a partir de relatórios enviados pela embaixada portenha em Caracas.

Fonte: CNN Brasil.

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