Gerente de Políticas para Clima no Brasil do Pnuma, Vitor Pinheiro, explicou que combate à poluição plástica avança mais do que discussão sobre clima

As Nações Unidas publicaram um relatório que aponta soluções para uma redução drástica da poluição por resíduos plásticos. O levantamento afirma que medidas como reciclagem e reuso podem reduzir em até 80% o lançamento de plástico no meio ambiente até 2040, além de gerar 700 mil novos postos de trabalho.

O texto foi elaborado para ser discutido na segunda rodada de negociações sobre o tema, marcado para o fim deste mês, em Paris.

O avanço das discussões é visto com otimismo pelos representantes do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

“Enquanto a discussão do clima já leva algumas décadas, em alguns anos se compreendeu o tamanho do risco com a poluição plástica”, afirmou Vitor Pinheiro, gerente de Políticas para Clima no Brasil do Pnuma à CNN Rádio. “Tanto que no ano passado foi aprovado em assembleia do Meio Ambiente da ONU, por unanimidade, o começo desse processo para o tratado.”

O relatório lembra que a redução da poluição depende de uma aliança entre diversos países para padronizar o circuito, que deve ser circular para reaproveitar o lixo plástico.

Se, por um lado, a reciclagem e reuso são capazes de reduzir em 80% o descarte de plástico, por outro, esse tipo de resíduo pode triplicar no meio ambiente até 2060 se nada for feito.

A proposta do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente ressalta que a inação pode custar muito mais caro do que a união de esforços para superar o problema.

O relatório da ONU aponta para uma transição para um novo tipo de indústria.

“O plástico vai continuar sendo produzido e consumido, a questão é que, em vez de continuar aumentando a produção de plástico virgem, vai haver uma transição para outros pontos dessa cadeia”, explica Vitor Pinheiro. “Modelos de reuso, por exemplo, vão exigir mais pessoas trabalhando nele.”

O gerente do Pnuma lembra que os efeitos da poluição plástica na saúde humana ainda estão sendo estudados.

Em análises, pesquisadores já encontraram resíduos de microplástico em leite materno e corrente sanguínea.

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