Advogado reforça que quem quiser “usar a marca do bolsonarismo” vai ter que ser explícito em relação à direita e à base do ex-presidente. A um ano da disputa municipal, o advogado Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo Jair Bolsonaro, diz que o PL mantém o apoio à reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, do MDB. Exige, no entanto, mais comprometimento. Wajngarten diz que é um “brand safety” do bolsonarismo. Em tradução livre, seria o responsável por fazer a segurança da marca do ex-presidente. E reforça que quem quiser “usar a marca do bolsonarismo” vai ter que ser explícito em relação à direita e à base do ex-presidente.

“Mantemos o apoio a Ricardo Nunes, mas queremos mais gestos. A era dos gafanhotos acabou. Querem ter a marca do bolsonarismo, vão ter que colocar na mesa, fazer mais gestos, não agir com ‘nojinho’ da direita”, disse Wajngarten à CNN.

“Isso vale para todo mundo, inclusive governadores que se aproximaram em busca de votos”, acrescentou.

No entorno do ex-presidente, os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), são acusados de estarem se distanciando da base eleitoral de Bolsonaro que os ajudou a se elegerem.

Questão Salles
A reafirmação de que o PL mantém o apoio a Nunes, mas cobrando mais acenos à direita, ocorre logo após o deputado federal Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente, ter dito que cogita deixar o partido do ex-presidente para disputar a Prefeitura de São Paulo de olho no eleitorado bolsonarista. Salles foi o quarto mais votado no estado para a Câmara.

O receio na legenda é que se Ricardo Salles realmente insistir em se candidatar por outro partido divida o voto da direita e facilite a eleição do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), que tem o apoio de presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Sem espaço no PL, Salles procurou Bolsonaro semana passada para obter o aval para se lançar candidato. Segundo interlocutores, o ex-presidente teria dito que não via a intenção do ex-ministro como uma traição e que não faria uma campanha contra Salles em favor de Ricardo Nunes.

Na tarde de quarta-feira (4), Salles voltou a se reunir com o ex-presidente. Desta vez, acompanhado de outros três deputados do PL. Bolsonaro teria dito a Salles para esperar pelo menos até março de 2024 antes de decidir deixar o partido.

O ex-presidente, segundo apurou a CNN, também pediu para que o deputado diminuísse sua ofensiva contra Valdemar Costa Neto, presidente do PL.

A interlocutores, Salles diz ter a promessa de Bolsonaro de que ele vai tentar convencer o dirigente da sigla a liberar o deputado do PL se não houver acordo.

O outro lado, porém, diz que Valdemar Costa Neto não deverá facilitar a vida para Salles entrar na disputa municipal em São Paulo.

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