Local, que faz fronteira com Egito, é única passagem possível para sair da Faixa de Gaza. À medida que Israel realiza um cerco na Faixa de Gaza, após os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro, a passagem de Rafah tornou-se um dos principais pontos do conflito. O local, que faz fronteira com o Egito, é a única via possível de suprimentos e saída de refugiados em Gaza.

A passagem em Rafah, porém, esteve fechada durante grande parte da semana passada. Nem os moradores de Gaza nem os cidadãos estrangeiros conseguiram atravessá-la.

No lado egípcio, acumulam-se suprimentos de ajuda humanitária para os palestinos, que sofrem sem água, sem eletricidade e sem combustível. No lado palestino, civis locais e estrangeiros aguardam na esperança de deixar a área do conflito. Inclusive, cinco caminhões de gasolina vazios das Nações Unidas (ONU) estão à espera para atravessar e reabastecer no Egito.

O país africano já declarou que tem a intenção de autorizar a passagem em Rafah, mas precisa coordenar a ação com Israel por questões de segurança. O país judaico tem intensificado os ataques aéreos na Faixa de Gaza, incluindo em locais próximos da fronteira. A necessidade de ajuda humanitária na região de Gaza tem se intensificado. A agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) disse que a crise hídrica em Gaza piorou com o encerramento da última central de dessalinização em funcionamento na região.

Brasileiros continuam aguardando repatriação
Neste momento, o Brasil trabalha para retirar da área de conflito no lado palestino um grupo de 32 pessoas. São 22 brasileiros, sete palestinos com visto temporário ou com visto de autorização de residência e mais três palestinos que são parentes próximos desses brasileiros.

Essas pessoas estão na cidade de Rafah e também em Khan Yunis, no sul de Gaza.

Depois de atravessar a passagem para o Egito, o plano é que os brasileiros sejam deslocados para o aeroporto de El Arish, onde embarcariam em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Uma aeronave modelo VC-2, disponibilizada pela Presidência da República, aguarda autorização em Roma, na Itália, para ir ao país africano.

“Nossa prioridade absoluta é retirar os brasileiros. Mas para que eles e outros cidadãos estrangeiros possam sair de Gaza tem que haver um entendimento entre três atores fundamentais: Israel, Egito e as autoridades de fato em Gaza, que é o Hamas”, disse o embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto, responsável por acompanhar as negociações com o Egito sobre a retirada de brasileiros da Faixa de Gaza.

Estados Unidos trabalham para permitir ajuda humanitária
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou Israel contra uma potencial ocupação da Faixa de Gaza, em um dos apelos públicos mais notáveis, enquanto os israelenses respondem aos ataques terroristas deste mês feitos pelo Hamas.

Biden pediu proteção dos civis, e os EUA têm trabalhado para aliviar a escassez de alimentos, água e gás. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou que o país e Israel “concordaram em desenvolver um plano que permitirá que a ajuda humanitária das nações doadoras e das organizações multilaterais chegue aos civis em Gaza”.

Comboios de ajuda humanitária em El-Arish estão se movendo em direção à passagem de fronteira de Rafah, na Faixa de Gaza, segundo informou a emissora estatal Al-Qahera News, do Egito.

“É fundamental que a ajuda comece a chegar em Gaza o mais rapidamente possível”, destacou Blinken em declarações em um edifício diplomático dos EUA em Tel Aviv. Após o anúncio, ele iniciou a viagem para fora de Israel.

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