Às vésperas de completar 100 dias de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem a aprovação de 38% do eleitorado nos primeiros três meses do terceiro mandato. A reprovação, similar à registrada por Jair Bolsonaro na mesma época, chega a 29% (ante 30% do adversário), reflexo de um país que saiu rachado da eleição que deu a vitória para o petista por uma diferença de menos de dois pontos percentuais. Os dados foram divulgados neste sábado, 1º, pelo Datafolha, que ouviu 2.028 eleitores em 126 cidades. Consideram a gestão de Lula regular outros 30%.

Criado há 90 anos em resposta à bancarrota provocada pela crise de 1929 nos Estados Unidos, o marco de 100 dias é utilizado por governantes de todo o mundo para demonstrar o fôlego do mandato que se inicia e elencar as prioridades do presidente de turno. Embora rigorosamente não seja definidor de como será um governo, para o bem ou para o mal a data dá pistas dos caminhos que podem ser trilhados nos quatro anos seguintes.

Na terceira vez que comanda o país, Lula atingiu popularidade menor do que a registrada em suas duas primeiras passagens pelo governo. Os 38% de agora são cinco pontos percentuais a menos do que a medição dos 90 dias da primeira gestão, em 2003 – naquela época a reprovação chegava a apenas 10% – e dez pontos abaixo dos 48% de aprovação registrados no mesmo período em 2007 – a reprovação, naquele momento, chegava a 14%.

Embora a aprovação do petista se aproxime das avaliações no mesmo período dos governos FHC (39% em 1995), Fernando Collor (36% em 1990) e Itamar Franco (34% em 1992), ela é aquém da medida no governo da cria política Dilma Rousseff, que teve 47% de ótimo/bom em 2011, mas acabou, anos depois, sofrendo um processo de impeachment.

A pesquisa Datafolha mostra que 51% dos eleitores consideram que o presidente fez menos do que poderia nesses três meses – 25% o esperado e 18% menos do que o que poderia. O cenário desfavorável também pode ser medido no fato de 50% avaliam que a maioria das promessas de campanha do mandatário não serão cumpridas e 21% apontam que nada será honrado. Em sentido oposto, 28% dizem que o presidente irá honrar o que prometeu na corrida eleitoral.

Segundo o Datafolha, Lula é mais bem avaliado ou recebe a menor reprovação entre o eleitorado nordestino, os mais pobres e os jovens. São esses nichos os tradicionalmente mais simpáticos ao presidente. Em sentido oposto, ele é menos aprovado no Sul, entre os evangélicos e entre aqueles com maior poder aquisitivo.

Fonte: VEJA.

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