Ex-presidente é acusado de conspirar contra o processo eleitoral de 2020, em atos que culminaram com a invasão ao Capitólio no dia 6 de janeiro de 2021; outras seis pessoas foram formalmente acusadas, mas não tiveram nomes divulgados.

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deverá depor nesta quinta-feira (03) sobre as quatro acusações que constam da nova acusação formal apresentada contra ele pelo procurador especial Jack Smith e divulgada na última terça-feira.

Trump deverá comparecer ao tribunal federal de Washington às 16h do horário local (17h de Brasília).

Jack Smith revelou seu caso alegando que o ex-presidente Donald Trump violou várias leis em suas tentativas de derrubar a eleição de 2020, com uma acusação do Grande Júri que ilustrou a profundidade e a amplitude da investigação criminal federal.

Os promotores disseram nos novos documentos de acusação que Trump “estava determinado a permanecer no poder” depois de perder a eleição de 2020, e que ele e seis co-conspiradores não indiciados orquestraram um complô para anular os resultados até 6 de janeiro de 2021.

Seis outras pessoas foram apontadas como parceiras na conspiração e também foram acusadas, mas os nomes ainda não foram divulgados.

Trump, que ridicularizou o caso de Smith como uma “falsa acusação” politicamente motivada, foi convocado para comparecer perante um juiz. Aqui estão as principais conclusões da acusação:

Trump acusado de espalhar conscientemente “mentiras prolíficas”
Os promotores detalharam as “mentiras prolíficas” que Trump fez após a eleição de 2020, incluindo conscientemente fazer falsas alegações de fraude eleitoral e máquinas de votação trocando votos, diz a acusação, apesar de estaduais e federais oficiais dizendo a ele que as alegações estavam erradas.

Trump “espalhou mentiras de que houve fraude determinante no resultado da eleição e que ele realmente venceu”, afirma a acusação, acrescentando que as “alegações eram falsas e o réu sabia que eram falsas”.

Eleitores falsos supostamente organizados
A acusação alega que Trump e seus co-conspiradores efetivamente enganaram indivíduos de sete estados-alvo para criar e enviar certificados afirmando que eram eleitores legítimos.

O objetivo era criar uma “falsa controvérsia” no processo de certificação nesses estados em 14 de dezembro de 2020 e “posicionar o vice-presidente – presidindo em 6 de janeiro como presidente do Senado – para suplantar os eleitores legítimos” pelos falsos de Trump.

Trump diz que não encerrará campanha se for condenado.

“Explorou” o ataque de 6 de janeiro
A acusação alega que Trump e os co-conspiradores “exploraram” a “violência” e o “caos” do ataque ao Capitólio, que aconteceu em 6 de janeiro de 2021 – continuando os esforços para convencer os membros do Congresso a atrasar a certificação da eleição naquele dia enquanto rejeitando os apelos para que ele mandasse os desordeiros partirem.

Em um telefonema na noite do tumulto, Trump recusou um pedido de seu então conselheiro da Casa Branca, Pat Cipollone, para retirar suas objeções e permitir a certificação do Congresso dos resultados das eleições de 2020, disseram os promotores na nova acusação.

Novos detalhes
Muitas das revelações na acusação de terça-feira parecem ser frutos de batalhas legais agressivas trazidas pelos promotores para garantir o testemunho de assessores presidenciais próximos – incluindo novos detalhes sobre as comunicações que Trump teve com o ex-vice-presidente Mike Pence na tentativa de convencer o vice-presidente para interromper o voto de certificação do Congresso.

Jack Smith fez uma rara declaração pública com a abertura da acusação, deixando claro que a “investigação de indivíduos de sua equipe continua e enfatizando que o Departamento de Justiça estava comprometido em “garantir a responsabilização dos criminosos responsáveis por o que aconteceu naquele dia.”

À medida que a investigação avança e surge a possibilidade de que outras pessoas sejam acusadas como parte da investigação, o processo criminal contra Trump se desenrolará no tribunal federal de DC, começando com uma aparição que ele fará perante um juiz magistrado agendado para quinta-feira.

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