Documento sobre o desenvolvimento econômico do Território Palestino Ocupado destacou as terríveis condições econômicas em Gaza, mesmo antes dos ataques israelenses após o 7 de outubro. A Faixa de Gaza precisa de bilhões de dólares em ajuda econômica internacional para compensar anos de restrições que sufocam sua economia e restringem seu desenvolvimento, de acordo com um relatório publicado nesta quarta-feira (25) pelo órgão de comércio da Organização das Nações Unidas (ONU).

Em seu relatório sobre o desenvolvimento econômico do Território Palestino Ocupado, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) destacou as terríveis condições econômicas em Gaza, mesmo antes dos ataques israelenses em represália aos ataques terroristas de 7 de outubro realizados por homens armados do Hamas.

“Os doadores e a comunidade internacional precisam estender a ajuda econômica significativa para reparar os danos extensos que Gaza tem sofrido sob restrições e fechamentos prolongados e operações militares frequentes, o que sufocou a economia e dizimou a infraestrutura”, diz o relatório. “Embora a ajuda dos doadores seja importante para auxiliar o povo de Gaza, ela não deve ser vista como um substituto para o fim das restrições e dos fechamentos e para o apelo a Israel e a todas as partes para que assumam suas responsabilidades de acordo com a lei internacional”, acrescenta o relatório.

Falando aos repórteres em Genebra, Richard Kozul-Wright, diretor da divisão de globalização e estratégias de desenvolvimento da UNCTAD, disse que é difícil avaliar o quanto Gaza realmente precisaria até que o conflito atual cesse.

“Mas será na casa dos bilhões de dólares”, afirmou ele.

Também houve um declínio acentuado na ajuda entre 2008 e 2022, de 2 bilhões de dólares, ou 27% do PIB, para 550 milhões de dólares, ou menos de 3% do PIB, no ano passado.

Quase metade da população de Gaza está desempregada e mais da metade vive na pobreza, segundo o relatório.

Embora os trabalhadores de Gaza tenham tido acesso ao mercado de trabalho em Israel pela primeira vez nos últimos anos, o número de permissões emitidas – cerca de 1% dos trabalhadores empregados em Gaza — é muito pequeno para combater a pobreza.

“O impacto não se limita ao curto prazo. Os efeitos indiretos e de longo prazo repercutirão nas gerações futuras”, diz o relatório.

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